Jizo (ou Jizō, em japonês) é uma figura espiritual venerada no Budismo japonês, conhecido como o protetor das crianças, viajantes e almas perdidas.
Ele é uma divindade compassiva que guia as almas no pós-vida e oferece consolo àqueles que enfrentam dificuldades na Terra.
Seu nome completo é Ojizō-sama, e ele é considerado uma das figuras mais amadas no Japão, sendo frequentemente retratado como um monge calmo e sorridente.
Jizo é especialmente associado ao cuidado das almas das crianças que morreram antes de seus pais, bem como dos fetos que não nasceram.
Ele é visto como um guardião que ajuda essas almas a encontrar paz no outro mundo, o que explica sua presença frequente em templos e santuários dedicados a ele.
Origem e significado de Jizo

Jizo é a forma japonesa de Ksitigarbha, uma divindade budista cuja compaixão é direcionada a todas as formas de sofrimento.
No Budismo Mahayana, ele é visto como um bodhisattva — alguém que adiou sua iluminação para ajudar os outros.
Sua missão principal é aliviar o sofrimento das almas presas no inferno ou em estados de transição, ajudando-as a alcançar o renascimento em melhores condições.
O nome “Ksitigarbha” significa “matriz da terra” ou “útero da terra”, representando sua capacidade de nutrir e proteger todas as formas de vida.
Características e representações de Jizo
Jizo é geralmente representado como:
- Um monge budista simples: Ele veste um manto modesto e segura um cajado chamado shakujo, que tem anéis que tilintam para espantar os espíritos malignos.
- Com uma joia luminosa: Em uma das mãos, ele segura uma joia que concede desejos e ilumina o caminho das almas perdidas.
- Com um sorriso sereno: Seu semblante calmo transmite conforto e esperança.
Frequentemente, você verá pequenas estátuas de Jizo ao longo de estradas, em cemitérios e em templos no Japão.
Muitas vezes, essas estátuas são adornadas com gorros e babadores vermelhos, deixados por famílias que buscam proteção para seus filhos ou desejam honrar crianças falecidas.
Jizo como protetor das crianças e viajantes
- Protetor das crianças: No folclore japonês, acredita-se que crianças que morreram antes de seus pais não podem cruzar o rio Sanzu (uma espécie de “rio da morte” budista) por não terem acumulado boas ações em vida. Jizo aparece para ajudá-las a cruzar o rio, oferecendo orientação e proteção.
- Protetor dos viajantes: Como guardião dos caminhos, ele protege aqueles que estão longe de casa, garantindo sua segurança durante a jornada.
Tradições e rituais associados a Jizo
Muitas práticas religiosas envolvem Jizo no Japão. Alguns dos rituais mais comuns incluem:
- Oferta de gorros e babadores vermelhos: Essas peças são colocadas nas estátuas como forma de gratidão ou pedido de proteção. A cor vermelha simboliza o afastamento de maus espíritos.
- Colocação de brinquedos e flores: Muitas vezes, as famílias deixam brinquedos ou flores ao pé de estátuas de Jizo em memória de crianças falecidas.
- Oferendas de comida: Arroz, frutas e doces também são deixados como sinal de devoção.
A presença na vida cotidiana
No Japão, Jizo é onipresente. É comum encontrar suas estátuas em:
- Cemitérios: Para proteger as almas dos falecidos.
- Estradas e cruzamentos: Para orientar viajantes e oferecer proteção em viagens.
- Templos budistas: Onde rituais especiais são realizados em sua honra.
Além disso, Jizo é uma figura de conforto emocional para muitas pessoas. Sua imagem serena e sua função protetora trazem paz a quem busca esperança em momentos de dor.